sábado, 8 de agosto de 2009

Simulado do Enem revela que fera será mais exigido


Acabou a ansiedade dos 4,5 milhões de pessoas que farão Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos dias 3 e 4 de outubro. Com atraso de mais de um mês, o Ministério da Educação divulgou, a 0h desta quinta-feira (30), o simulado com o novo modelo do exame. A prova, com 40 questões (o exame terá 180) em quatro áreas do conhecimento, não causou surpresa. Na avaliação de professores de quatro escolas consultadas pela reportagem do JC, o simulado manteve a interdisciplinaridade e a contextualização dos conteúdos. A novidade é o grau de dificuldade, mais aprofundado que em anos anteriores, o que é considerado natural, pois agora o exame tem caráter classificatório. Vai ser usado no vestibular de 48 das 55 universidades federais brasileiras. Até o ano passado, o Enem servia apenas como avaliação da formação do estudante secundarista.

CONFIRA OS SIMULADOS:
<< Ciências da natureza
<< Matemática
<< Ciências humanas
<< Linguagens e códigos
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo exame, informou que um novo simulado poderá ser divulgado até a realização das provas. “O estudante de Pernambuco não sentirá maiores dificuldades no Enem. O nível da prova está relativamente semelhante ao da primeira fase das federais”, destaca o professor Ednaldo Ernesto, do Colégio Único, a respeito do teste de matemática. “O que nos preocupa é o número de questões e a quantidade de provas em um período tão curto, o que levará este exame a ser uma competição muito mais física e emocional do que intelectual”, observa. “Pelo simulado, reforço a preocupação com o tempo da prova, que será pequeno para a quantidade de questões”, reforça o professor Fernando Beltrão.

A prova de ciências da natureza terá assuntos de biologia, física e química. “Biologia teve nível um pouco mais elevado. No simulado, das 10 questões, sete foram da disciplina. Ecologia e programa de saúde, assuntos mais abordados, merecem atenção do fera”, comenta o professor Rodrigo Baraúna, do Colégio Motivo. O professor Rogério Andrade lamenta que o primeiro quesito, de física, tenha apresentado falha gráfica e exigido conhecimento que não está previsto no programa (acústica, que faz parte de ondas). “Esperamos que isso não aconteça no Enem.” Em química, Vicente Andrade, do mesmo colégio, considerou que a matéria teve pouco espaço.

O professor Marcial Oliveira, do Colégio Decisão, observou que, como previsto, foi priorizada a conexidade dos conhecimentos entre as ciências humanas, na prova dessa área. Ele destacou as relações de poder (questão 4) e a relação homem-meio e suas consequências políticas e ambientais (questões 9 e 10).

RACIOCÍNIO - A equipe de português do Colégio Santa Maria elogiou o simulado, classificado como excelente, na área de linguagem. “O raciocínio, no Enem, será mais enfatizado. O estudante deve ter conhecimento de mundo. Destacamos a simplicidade da semântica, que torna as questões agradáveis”, ressalta o professor Eloy Resner.
No exame, os quesitos terão pesos diferentes. Assim, um estudante que acertar 50 questões, por exemplo, pode ter nota menor que um colega que acertar 45, dependendo do grau de dificuldade dos itens marcados corretamente. O Inep informou ontem que se o estudante deixar uma questão em branco, o sistema de correção identificará a ausência de resposta como erro.

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