sábado, 21 de fevereiro de 2009

Por que / Por quê / Porque ou Porquê?


O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto.

Por que

O por que tem dois empregos diferenciados:

Quando é a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que tem o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:

Exemplo: Por que você não vai ao cinema?
Não sei por que não quero ir.

Quando é a junção da preposição por + pronome relativo que tem o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.

Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar.

Por quê

Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o porquê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.

Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê?
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

Porque

É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para que”.

Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova.
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo.

Porquê

É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Exemplo: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada.
Diga-me um porquê para não fazer o que devo.


Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Esclarecimento acerca do exílio de Chico Buarque


Questionamento feito durante a aula de literatura no 3° ano

A crítica à Ditadura

Ameaçado pelo Regime Militar no Brasil, esteve exilado na Itália em 1969, onde chegou a fazer espetáculos com Toquinho. Nessa época teve suas canções Apesar de você (alusão negativa ao presidente Emílio Garrastazu Médici) e Cálice censuradas pela censura brasileira. Adotou o pseudônimo de Julinho da Adelaide, com o qual compôs apenas três canções: "Milagre Brasileiro", "Acorda amor" e "Jorge Maravilha". Na Itália Chico tornou-se amigo do cantor Lucio Dalla, de quem fez a belíssima Minha História, versão em português (1970) da canção Gesù Bambino (título verdadeiro 4 marzo 1943), de Lucio Dalla e Paola Palotino.
Ao voltar ao Brasil continuou com composições que denunciavam aspectos sociais, econômicos e culturais, como a célebre Construção ou a divertida Partido Alto. Apresentou-se com Caetano Veloso (que também foi exilado, mas na Inglaterra) e Maria Bethânia. Teve outra de suas músicas associada a críticas a um presidente do Brasil. Julinho da Adelaide, aliás, não era só um pseudônimo, mas sim a forma que o compositor encontrou para driblar a censura, então implacável ao perceber seu nome nos créditos de uma música. Para completar a farsa e dar-lhe ares de veracidade, Julinho da Adelaide chegou a ter cédula de identidade e até mesmo a conceder entrevista a um jornal da época.
Uma das canções de Chico Buarque que criticam a ditadura, é uma carta em forma de música, uma carta musicada que ele fez em homenagem ao Augusto Boal, que vivia no exílio, quando o Brasil ainda vivia sob a ditadura militar.
A canção se chama Meu Caro Amigo e foi dirigida a Boal, que na época estava exilado em Lisboa. A canção foi lançada originalmente num disco de título quase igual, chamado Meus Caros Amigos, do ano de 1976.


Informações extraídas do documentário “Bastidores” e dos sites: http://wwwt.wikipedia.org.com
http://www.chicobuarque.com.br/

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Narração e dissertação

Narração

É a modalidade de redacção na qual contamos um ou mais factos que ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo certas personagens.

Exemplo:

Numa noite chuvosa do mês de Agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua mal-iluminada que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.

Dissertação

É o tipo de composição na qual expomos ideias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que as comprovem.

Exemplo:

Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacional. Argumentam alguns que ele deve ter por objectivo despertar no estudante a capacidade de absorver informações dos mais diferentes tipos e relacioná-las com a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para a compreensão dos problemas socio-económicos e que despertasse no aluno a curiosidade científica seria por demais desejável.

Não há como confundir, a narração implica uma ideia de acção, movimento empreendido pelos personagens da história. Já a dissertação assume um carácter totalmente diferenciado, na medida em que não fala de pessoas ou factos específicos, mas analisa certos assuntos que são abordados de modo impessoal.

A NARRAÇÃO



Tipos de narrador

Narrar é contar um ou mais factos que ocorreram com determinadas personagens, em local e tempo definidos. Por outras palavras, é contar uma história, que pode ser real ou imaginária.

Quando vai redigir uma história, a primeira decisão que deve tomar é se você vai ou não fazer parte da narrativa. Tanto é possível contar uma história que ocorreu com outras pessoas como narrar factos acontecidos consigo. Essa decisão determinará o tipo de narrador a ser utilizado na sua composição. Este pode ser, basicamente, de dois tipos:

1. Narrador de 1ª pessoa: é aquele que participa da acção, ou seja, que se inclui na narrativa. Trata-se do narrador-personagem. 1. Narrador de 1ª pessoa: é aquele que participa da acção, ou seja, que se inclui na narrativa. Trata-se do narrador-personagem.

Exemplo:

Andava pela rua quando de repente tropecei num pacote embrulhado em jornais. Agarrei-o vagarosamente, abri-o e vi, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro.

2. Narrador de 3ª pessoa: é aquele que não participa da acção, ou seja, não se inclui na narrativa. Temos então o narrador-observador. 2. Narrador de 3ª pessoa: é aquele que não participa da acção, ou seja, não se inclui na narrativa. Temos então o narrador-observador.

Exemplo:

João andava pela rua quando de repente tropeçou num pacote embrulhado em jornais. Agarrou-o vagarosamente, abriu-o e viu, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro.

OBSERVAÇÃO:

Em textos que apresentam o narrador de 1.ª pessoa, ele não precisa ser necessariamente a personagem principal; pode ser somente alguém que, estando no local dos acontecimentos, os presenciou.

Exemplo:

Estava parado na paragem do autocarro, quando vi, a meu lado, um rapaz que caminhava lentamente pela rua. Ele tropeçou num pacote embrulhado em jornais. Observei que ele o agarrou com todo o cuidado, abriu-o e viu, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro.



Elementos da narração

Depois de escolher o tipo de narrador que vai utilizar, é necessário ainda conhecer os elementos básicos de qualquer narração.

Todo o texto narrativo conta um FACTO que se passa em determinado TEMPO e LUGAR. A narração só existe na medida em que há acção; esta acção é praticada pelos PERSONAGENS.

Um facto, em geral, acontece por uma determinada CAUSA e desenrola-se envolvendo certas circunstâncias que o caracterizam. É necessário, portanto, mencionar o MODO como tudo aconteceu detalhadamente, isto é, de que maneira o facto ocorreu. Um acontecimento pode provocar CONSEQUÊNCIAS, as quais devem ser observadas.

Assim, os elementos básicos do texto narrativo são:

1. FACTO (o que se vai narrar);

2. TEMPO (quando o facto ocorreu);

3. LUGAR (onde o facto se deu);

4. PERSONAGENS (quem participou do ocorrido ou o observou);

5. CAUSA (motivo que determinou a ocorrência);

6. MODO (como se deu o facto);

7. CONSEQUÊNCIAS.

Uma vez conhecidos esses elementos, resta saber como organizá-los para elaborar uma narração. Dependendo do facto a ser narrado, há inúmeras formas de dispô-los. Todavia, apresentaremos um esquema de narração que pode ser utilizado para contar qualquer facto. Ele propõe-se situar os elementos da narração em diferentes parágrafos, de modo a orientá-lo sobre como organizar adequadamente a sua composição.



Esquema de narração



1º Parágrafo: Explicar que facto será narrado. Determinar o tempo e o lugar INTRODUÇÃO

2º Parágrafo: Causa do facto e apresentação das personagens. DESENVOLVIMENTO

3º Parágrafo: Modo como tudo aconteceu (detalhadamente).
4º Parágrafo: Consequências do facto. CONCLUSÃO

OBSERVAÇÕES:

1. É bom lembrar que, embora o elemento Personagens tenha sido citado somente no 2º parágrafo (onde são apresentados com mais detalhes), eles aparecem no decorrer de toda a narração, uma vez que são os desencadeadores da sequência narrativa.

2. O elemento Causa pode ou não existir na sua narração. Há factos que decorrem de causa específica (por exemplo, um atropelamento pode ter como causa o descuido de um peão ao atravessar a rua sem olhar). Existe, em contrapartida, um número ilimitado de factos dos quais não precisamos explicar as causas, por serem evidentes (por exemplo, uma viagem de férias, um assalto a um banco, etc.).

3. três elementos mencionados na Introdução, ou seja, facto, tempo e lugar, não precisam necessariamente aparecer nesta ordem. Podemos especificar, no início, o tempo e o local, para depois enunciar o facto que será narrado.

Utilizando esse recurso, pode narrar qualquer facto, desde os incidentes que são noticiados nos jornais com o título de ocorrências policiais (assaltos, atropelamentos, raptos, incêndios, colisões e outros) até factos corriqueiros, como viagens de férias, festas de adeptos de futebol, comemorações de aniversário, quedas e acontecimentos inesperados ou fora do comum, bem como quaisquer outros.

É importante ressaltar que o esquema apresentado é apenas uma sugestão de como se pode organizar uma narração. Temos inteira liberdade para nos basearmos nele ou não. Mostra-se apenas uma das várias possibilidades existentes de se estruturarem textos narrativos. Caso se deseje, poderá inverter-se a ordem de todos os elementos e fazer qualquer outra modificação que se ache conveniente, sem prejuízo do entendimento do que se quer transmitir. O fundamental é conseguir-se contar uma história de modo satisfatório.



A narração objectiva

Observe-se agora um exemplo de narração sobre um incêndio, criado com o auxílio do esquema estudado. Lembre-se de que, antes de começar a escrever, é preciso escolher o tipo de narrador. Optámos pelo narrador de 3ª pessoa.



O incêndio

Ocorreu um pequeno incêndio na noite de ontem, num apartamento de propriedade do Sr. António Pedro.

No local habitavam o proprietário, a sua esposa e os seus dois filhos. Todos eles, na hora em que o fogo começou, tinham saído de casa e estavam a jantar num restaurante situado em frente ao edifício. A causa do incêndio foi um curto circuito ocorrido no sistema eléctrico do velho apartamento.

O fogo começou num dos quartos que, por sorte, ficava na frente do prédio. O porteiro do restaurante, conhecido da família, avistou-o e imediatamente foi chamar o Sr. António. Ele, rapidamente, ligou para os Bombeiros.

Embora não tivessem demorado a chegar, os bombeiros não conseguiram impedir que o quarto e a sala ao lado fossem inteiramente destruídos pelas chamas. Não obstante o prejuízo, a família consolou-se com o facto de aquele incidente não ter tomado maiores proporções, atingindo os apartamentos vizinhos.

Vamos observar as características desta narração. O narrador está na 3ª pessoa, pois não toma parte na história; não é nem membro da família, nem o porteiro do restaurante, nem um dos bombeiros e muito menos alguém que passava pela rua na qual se situava o prédio. Outra característica que deve ser destacada é o facto de a história ter sido narrada com objectividade: o narrador limitou-se a contar os factos sem deixar que os seus sentimentos, as suas emoções transparecessem no decorrer da narrativa.

Este tipo de composição denomina-se narração objectiva. É o que costuma aparecer nas "ocorrências policiais" dos jornais, nas quais os redactores apenas dão conta dos factos, sem se deixar envolver emocionalmente com o que estão a noticiar. Este tipo de narração apresenta um cunho impessoal e directo.



A narração subjectiva

Existe também um outro tipo de composição chamado narração subjectiva. Nela os factos são apresentados levando-se em conta as emoções, os sentimentos envolvidos na história. Nota-se claramente a posição sensível e emocional do narrador ao relatar os acontecimentos. O facto não é narrado de modo frio e impessoal, pelo contrário, são ressaltados os efeitos psicológicos que os acontecimentos desencadeiam nas personagens. É, portanto, o oposto da narração objectiva.

Daremos agora um exemplo de narração subjectiva, elaborada também com o auxílio do esquema de narração. Escolhemos o narrador de 1.ª pessoa. Esta escolha é perfeitamente justificável, visto que, participando da acção, ele envolve-se emocionalmente com maior facilidade na história. Isso não significa, porém, que uma narração subjectiva requeira sempre um narrador em 1.



Com a fúria de um vendaval

Numa certa manhã acordei entediada. Estava nas minhas férias escolares do mês de Agosto. Não pudera viajar. Fui ao portão e avistei, três quarteirões ao longe, a movimentação de uma feira livre.

Não tinha nada para fazer, e isso estava a matar-me de aborrecimento. Embora soubesse que uma feira livre não constitui exactamente o melhor divertimento do qual um ser humano pode dispor, fui andando, a passos lentos, em direcção daquelas barracas. Não esperava ver nada de original, ou mesmo interessante. Como é triste o tédio! Logo que me aproximei, vi uma senhora alta, extremamente gorda, discutindo com um feirante.

O homem, dono da barraca de tomates, tentava em vão acalmar a nervosa senhora. Não sei por que brigavam, mas sei o que vi: a mulher, imensamente gorda, mais do que gorda (monstruosa), erguia os seus enormes braços e, com os punhos cerrados, gritava contra o feirante. Comecei a assustar-me, com medo de que ela destruísse a barraca (e talvez o próprio homem) devido à sua fúria incontrolável. Ela ia gritando empolgando-se com a sua raiva crescente e ficando cada vez mais vermelha, como os tomates, ou até mais.

De repente, no auge de sua ira, avançou contra o homem já atemorizado e, tropeçando em alguns tomates podres que estavam no chão, caiu, tombou, mergulhou, esborrachou-se no asfalto, para o divertimento do pequeno público que, assim como eu, assistiu àquela cena incomum.

OBSERVAÇÃO:

A narração pode ter a extensão que convier. Pode aumentá-la ou diminuí-la, suprimindo detalhes menos importantes. Lembre-se: quando um determinado parágrafo ficar muito extenso, pode dividi-lo em dois. Destacamos, mais uma vez, que o esquema dado é uma orientação geral e não precisa ser necessariamente seguido; ele pode sofrer variações referentes ao número de parágrafos ou à ordem de disposição dos elementos narrativos.



O discurso do narrador

Comparando os dois modelos de narração apresentados, poderá perceber a diferença entre narrador em 1ª e 3ª pessoas, a maneira como se elabora uma narração utilizando o esquema estudado, a existência da narração objectiva em oposição à narração subjectiva e alguns outros aspectos.

É importante também que observe um outro facto sobre o qual ainda não fizemos qualquer comentário. Lendo as narrações O incêndio e Com a fúria de um vendaval, notará com facilidade que o narrador contou cada uma das histórias com as suas próprias palavras. Ele não introduziu diálogos na redacção registando a fala dos 23 personagens. Essas duas narrações foram elaboradas sem que o narrador introduzisse o discurso directo, isto é, o diálogo entre as personagens.

Não se esqueça também de que o esquema de narração não precisa ser seguido à risca. Se julgar importante fazer qualquer alteração, nada o impede de fazê-la, desde que a sua composição não perca as características de organização e clareza indispensáveis a todas as narrações.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Dicas de redação

Redigir um bom texto é um processo que o aluno constrói com o tempo e com muita dedicação. Assim, para se escrever bem deve haver um treino constante. Engana-se quem acha que fazer uma dissertação é questão de inspiração. Podemos dizer que o ato da escrita exige 99% de transpiração (muito esforço e dedicação) e 1% de inspiração.

Portanto, mãos à obra. Comece a se dedicar agora mesmo. Não perca tempo!

Um dos mais graves erros que pode ser cometido pelo vestibulando, e que é nota zero na certa, é produzir um texto que fuja completamente do tema proposto. Para evitar esta terrível armadilha, é importante que você, antes de começar a sua dissertação, faça um pequeno esquema, determinando o tema a ser tratado. Delimite o assunto, uma vez que o mesmo pode ser muito abrangente e é impossível esgotar o tema em poucas linhas. Além disso, escolha um ponto de vista a ser defendido, pois ele será o fio condutor de sua disseratação e, por isso, deve ser bastante claro e bem determinado na introdução do texto, ou seja, no primeiro parágrafo.

Para sustentar a sua tese, o seu ponto de vista, é necessário que você tenha argumentos fortes e coerentes. Assim, determine em seu esquema alguns argumentos que você irá usar em seu texto.

É bom lembrar que o texto dissertativo é estruturado em três partes: introdução, que corresponde ao 1º parágrafo, onde deve estar muito clara a sua tese; desenvolvimento, que corresponde ao 2º, 3º , 4º e etc., dependendo do número de linhas que serão exigidas pelo vestibular, onde você defenderá, com os argumentos escolhidos, a sua tese, e a conclusão, que corresponde ao último parágrafo, onde você fará a conclusão lógica da tese proposta no 1º parágrafo e que foi fundamentada com os argumentos discutidos no desenvolvimento do texto.

Ao fazer este esquema, você poderá observar se não há contradições. Por exemplo: a tese é a defesa dos direitos humanos e os argumentos defendem a pena de morte. Há aí uma contradição lógica entre a tese e os argumentos ou, então, concluir a dissertação negando a sua tese. Portanto, preste muita atenção na estrutura lógica do texto.

Para se discutir um assunto, é importante que se tenha uma formação geral e global. Por isso, a dica é ler muito mesmo, sobre os mais variados assuntos e muita leitura de jornais e revistas, os quais abordam temas da atualidade, que são geralmente pedidos nas provas de redação.

Embora a tese seja a sua opinião sobre determinado assunto, no texto dissertativo não se deve usar a 1ª pessoa do discurso, como "eu acho", "eu penso", "eu acredito" e etc. e também não dê conselhos ao leitor.

Muitas vezes, quando não se domina muito o tema, o aluno tende a usar várias frases interrogativas, com o objetivo de ¿enrolar¿, para conseguir o número de linhas exigidas pelo exame vestibular. Esta estratégia utilizada não engana o examinador do seu texto, que saberá que você não conhece o assunto proposto. Lembre-se, dessa forma, que fazer dissertação é responder perguntas e não, simplesmente, fazê-las sem respondê-las.

Mais algumas dicas:

* Dê seqüência progressiva e lógica às idéias;

* Evite repetição de idéias;

* Evite repetição de palavras. Use sinônimos

* Escreva cada parágrafo com uma única idéia central, desenvolvendo-a com clareza e objetividade;

* Não faça generalizações como todo mundo, ninguém e etc.;

* Não use frases feitas, clichês e esteriótipos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

"À medida que" ou "à medida em que"?

Diz-se "à medida que" ou "à medida em que"?

Aqui, não se trata do "a" sem acento, como na frase "A medida que ele tomou é drástica". Não é esse o caso. O que estamos discutindo é a locução conjuntiva "à medida que", a qual alguns preferem, erroneamente, substituir por "a medida em que". A forma correta é "à medida que".

Apenas um lembrete: "locução conjuntiva" é todo grupo de palavras que relaciona duas ou mais orações ou dois ou mais termos de natureza semelhante.

À proporção que chovia...

"À medida que" significa o mesmo que "à proporção que".

À medida que o mês corre, o bolso esvazia.

Trata-se de uma locução conjuntiva com valor de proporção, introduzindo orações subordinadas adverbiais de proporção.

Há ainda a locução "na medida em que", que vem sendo usada na imprensa e em muitos textos com valor causal.

O governo não conseguiu resolver o problema
na medida em que não enfrentou suas verdadeiras causas.

Ou seja,

O governo não conseguiu resolver o problema
porque não enfrentou suas verdadeiras causas.

Alguns condenam o uso de "na medida em que" argumentando que não há registro histórico dessa forma na língua. Mas o fato é que essa construção já se tornou rotina, mesmo entre excelentes escritores.

O que não é aceitável sob hipótese alguma é escrever "à medida em que".