Na melhor praia do Brasil a melhor literatura ibero-americana.
“Damo-nos tão bem um com o outro/ Na companhia de tudo/ Que nunca pensamos um no outro,/ Mas vivemos juntos e dois/ Com um acordo íntimo/ Como a mão direita e a esquerda.” Muitas vezes a situação cultural do Brasil (e os seus vizinhos), Portugal e Espanha (também vizinhos) se assemelha a essa situação descrita por Fernando Pessoa (noutro contexto, é claro). Paradoxal. Temperada com a sensação de que há muito ainda por fazer para celebrar o encontro, a fraternidade, a união entre esses povos.
Gilberto Freyre via com tanta clareza a integração do Brasil a Espanha, Portugal e África que até criou uma ciência para interpretar isso: a tropicologia. João Cabral de Melo Neto disse que os rios Capibaribe (em Pernambuco) e o Guadalquivir (na Andaluzia) eram da “mesma maçonaria”. A verdade é que o Brasil e os seus irmãos de continente integram um mundo comum: o ibérico. É a literatura o melhor meio de provar (saborear) tudo isso.
E se num mesmo porto, numa mesma praia, pudessem confraternizar alguns dos melhores escritores da literatura ibero-americana da atualidade? E se os grandes nomes do iberismo pudessem ser homenageados e tivessem suas obras redescobertas? E se a literatura fizesse o que melhor sabe – dialogar – presente com passado e futuro, poesia erudita com música pop, Gutenberg com Steve Jobs? Seria uma festa. É isso o que pretende ser a Fliporto 2009. Na melhor praia do Brasil a melhor literatura ibero-americana.
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